quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Brasil volta a ser local de grandes shows internacionais


O ano de 2009 está sendo um ano prodigioso no que diz respeito a shows de artistas internacionais. Estrelas de rock, pop, artistas novos, velhos, ascendentes, decadentes e os que nunca saíram do topo. Todo esse mundo do entretenimento e da música ddecidiu voltar à terra tupiniquim para alegrar os milhões de fãs por aqui.

Artistas como Elton John, James Blunt, Deep Purple, Radiohead, Alanis Morrisette, Backstreet Boys, Iron Maiden, Kiss, Jonas Brothers, Oasis vieram dar seus shows aqui no país. Lotaram todos os estádios ou casas para shows com seus concertos.

As estrelas do mundo da música parecem perceber, mesmo que tardiamente, o potencial do público brasileiro em abrigar seus shows. Um dos fatores do antigo desprezo ao público brasileiro é a alta pirataria em nosso país. Isso sempre afastou os artistas, que privilegiavam os países onde a pirataria era realmente combatida.


Desde anos passados, com shows do calibre de Ozzy Osbourne, Madonna e Rolling Stones com um show na praia do Rio de Janeiro, há uma tentativa de encaixar o Brasil definitivamente nas agendas de todas as turnês das grandes estrelas da música.
A próxima atração de grandes dimensões será o retorno do AC/DC ao Brasil, após 16 anos. Os artistas parecem começar a gostar de se apresentar aqui. Resta aos fãs esperarem ansiosos.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Uma noite fora da babilon

Uma noite fora da babilon



Na noite desse sábado ocorreu na gloriosa cidade de Pindamonhangaba o International Festival Reggae, que contava com a presença do cantor jamaicano Earl Sixteen como atração principal. Eu como cidadão ilustre, fui acompanhar o evento. Com mais de 30 anos de carreira, o veterano Earl Sixteen veio pela primeira vez ao Brasil para uma turnê com o Digitaldubs, banda carioca de sound system. Com essa junção o cantor jamaicano faz uma mistura das raízes antigas do reggae com a inovações dos dias de hoje. Earl é um dos cantores de reggae roots em maior atividade, começou a carreira nos anos 70 e trabalhou com grandes produtores da historia do reggae como Mikey Dread e Linval Thompson, foi quando começou a frequentar o estúdio mais criativo daquela época passando a conviver com nomes como Bob Marley e Hugh Mundell.
O show também contou com a presença de bandas da região do vale do Paraíba como Estrela de Davi, From Zion e A Tropa, que foi a ganhadora do Programa Astros do Sbt. O Evento, que ocorreu também em Brasilia, Rio de Janeiro e São Paulo, trouxe uma bela impressão de Earl e mostrou que é possível manter acesas as raízes do reggae com o sound system atual.

Pelos Escombros



No dia quatro de julho o punk rock nacional obteve uma ótima noticia. A banda Agrotóxico lançou seu primeiro DVD. Com mais de quinze anos de estrada o grupo paulista concretizou um sonho que já os perseguia há algum tempo. O DVD “Pelos Escombros” mostra o tour realizado pela banda na Europa, além de mostrar um pouco mais sobre os integrantes. Abordam ainda, a dificuldade que se tem em manter uma banda, de alto nível, no cenário nacional. O documentário mostra cenas inéditas de shows e turnês em solos gringos. O DVD ainda conta com registros e depoimentos de nomes importantes do punk rock brasileiro, como o de Fábio (vocalista do “Olho Seco”), Jão ( Ratos de Porão), Ariel (Invasores de Cérebro) e Markon (Lobotomia). Para quem gosta de cinema independente, “Pelos Escombros” vem na medida certa, fala das mudanças que a banda sofreu ao longo dos anos e do reconhecimento internacional que eles possuem.
Os apreciadores de punk rock, de qualidade com letras crítica, Agrotóxico está mais do que indicada e ver esse DVD, sem dúvida nenhuma vai ilustrar bem as dificuldades que uma banda de um selo independente sofre. “Pelos Escombros” conta com 138 minutos de filmagem, show na íntegra filmado em alta definição no Hangar 110, extras com show no Black Jack Bar, seções de fotos e pôsteres, além de discografia comentada e cenas que não entraram para a edição final do filme. Vale lembrar que junto com o DVD vem um CD com o show gravado em novembro de 2008 no Hangar 110 contando com dezenove faixas, e tudo isso você encontra por apenas $18,00 reais no site da gravadora da banda a Red Star Recordings (www.redstar77.com ) e na Galeria do Rock você pode encontrar por volta de $25,00 reais.
Está ai mais uma bela dica para quem gosta de “músicas que fazem pensar”.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Interpretação Musical 2 – Strawberry Fields Forever


No ano em que o EP contendo essa música foi lançado, 1967, os Beatles já haviam abandonado os palcos e o rótulo de reis do Iê-Iê-Iê. Estavam procurando formas de experimentar, romper com algumas propostas musicais.
Strawberry Fields é o nome de um orfanato do Exército da Salvação que Jonh Lennon frequentava na infância. A música foi lançada como lado B para no compacto que continha também Penny Lane, música sobre lugares onde Paul Mcartney passou a infância. A capa apresentava fotos dos dois compositores quando bebês.
Apesar de ser experimental, Strawberry mantém aspectos de uma música normal, diferentemente, por exemplo, de Revolution 9, que apresenta uma colagem de sons em um completo caos. Aqui, a música apresenta introdução instrumental, apresentação do refrão, três conjuntos de estrofe e refrão, e um final instrumental.
Primeiro a tradução da música:

Refrão: Deixe-me te levar
Porque eu estou indo aos Campos de morangos
Nada é real
Não há por que esperar
Campos de morangos para sempre

Viver é fácil com os olhos fechados
Sem entender o tudo que você vê
Está ficando difícil ser alguém
Mas tudo parece funcionar bem
E isso não é muito importante pra mim

(Refrão)

Acho que não tem ninguém na minha árvore
Quer dizer, deve estar alto ou baixo
Ou seja, você sabe que não pode entoar
Mas tá tudo certo
Assim, penso que não é tão ruim

(Refrão)

Sempre, não, algumas vezes penso que sou eu
Mas sabe, eu sei quando é um sonho
Eu penso que um Não significara um Sim
Mas tá tudo errado
Por isso eu acho que discordo

A música começa com uma introdução de uma flauta tocada no teclado melotron, que após a apresentação do refrão volta no começo do verso, dando a impressão de vazio. Nessa época, Lennon estava sob forte influência de Bob Dylan, e tinha uma grande procupação para as letras. A música fala de um sujeito nitidamente desorientado (“Está ficando difícil ser alguém”, “Sempre, não, algumas vezes penso que sou eu”). Mas o sujeito constrói sua identidade a partir desta condição. Isso pode ser visto principalmente nas afirmações finais de cada estrofe, em que ele, apesar de sua desorientação, manifesta sua opinião sobre o que acabou de falar (“E isso não é muito importante pra mim”, “Assim, penso que não é tão ruim”, “Por isso eu acho que discordo”).
Na segunda e na terceira estrofes após o refrão sai o melotron e entra intrumentos de metais, juntamente com a orquestra. O interessante dessa parte é o prato da bateria que foi usado de trás para frente, que passa a fazer parte do refrão. A junção desses intrumentos mostram a ruptora dos Beatles com o comum, baixo, bateria e guitarra, e mostra sua união com o experimental.
Mas a grande parte dessa música é o seu final, em que há um fade out, ela vai diminuindo até sumir, e depois apresenta um fade in, em que ela vai reaparecendo com um melotron tocado de trás para frente.
A edição dessa música é a que a faz tão espetacular. Lennon havia gostado de duas gravações que haviam feito, a 7 e a 26 e pediu para o produtor e arranjador da banda Geoge Matin para fundi-las. A questão era que cada uma estava em um tom.
Então, no dia 22 de dezembro de 1966, após examinar minuciosamente as gravações, Martin, com o assessoramento de Geoff Emerick o engenheiro de som, decidiu aumentar a velocidade da tomada mais lenta (tomada 7) e reduzir a velocidade da tomada mais veloz (tomada 26). Com isso, a diferença de um semi-tom entre as gravações passou a não mais existir. Em seguida, procuraram encontrar um ponto onde pudessem juntar as duas gravações alteradas. Isso foi possível a exatos 60 minutos do início da tomada 7. Neste ponto foi feita a fusão com a outra parte da tomada 26. Criada a gravação master, John Lennon gostou do resultado e aprovou a fita.
Uma curiosidade é que aos 3:56 minutos, é possível ouvir uma voz dizendo I buried Paul (Eu enterrei Paul). Haviam muitas lendas que diziam que o verdadeiro Paul Mcartney havia morrido e o que estava com os Beatles era um sósia. Na minha opnião, eles encorajavam tal lenda, dando “pistas” sobre a morte do baixista, mas isso é assunto para outro post.



Abaixo, um link da entrevista que John deu em 1980 pouco antes de sua morte
http://obauentrevistajlplayboy-edu.blogspot.com/

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Fãs podem "ser" os Beatles em jogo de video-game

A mais nova versão do game Rock Band trás os rapazes de Liverpool para quem gosta de sentir-se um roqueiro de primeira.

Em Rock Band: The Beatles, você pode tocar os maiores clássicos do quarteto que arrasou o mundo do música. Com a mesma fórmula da franquia, onde você pode "tocar" guitarra, baixo, bateria e vocais, a grande aposta do jogo são as músicas e momentos dos Beatles que fizeram tanto sucesso.

Para quem ja jogou não há nenhuma novidade. E para quem conhece (ou não) os Beatles, esse é um jogo indispensável a qualquer pessoa que goste de música.


Aqui está o trailer oficial do jogo.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

AC/DC Retorna ao Brasil após 13 anos

Os australianos do AC/DC anunciaram oficialmente nesta segunda-feira (14) que voltarão ao Brasil. O anúncio feito em seu site oficial informa apenas uma data, dia 27 de novembro no estádio do Morumbi em São Paulo. Eles informam também que a venda dos ingressos começará dia 1º de outubro.


Esta será a terceira vez que a banda fará um show no Brasil. Os australianos vieram em 1985, na primeira edição do Rock in Rio e em 1996, em turnê pelo álbum Ballbreaker. O último trabalho é o disco Black Ice de 2008, após 8 anos sem nenhum disco de inéditas.

Com um repertório de sucessos e a promessa de um mega-show, os fãs brasileiros não aguentam mais esperar, afinal a última aparição da banda foi há 13 anos.
Informações sobre o preço dos ingressos e os locais de venda sairão dia 21, segunda-feira.

domingo, 13 de setembro de 2009

Até que demorou para o Oasis acabar


É sabido que os irmãos Gallagher da banda Oasis se odeiam e sempre se odiaram. A gota d'água ocorreu no dia 28 de agosto, quando o guitarrista Noel Gallagher anunciou no site oficial da banda a sua saída.


"É com alguma tristeza e grande alívio que conto para vocês que eu saí do Oasis nesta noite. As pessoas vão escrever e dizer o que quiserem, mas eu simplesmente não poderia trabalhar com Liam por mais um dia sequer.
Minhas desculpas a todas as pessoas que compraram ingressos para os shows em Paris, Konstanz e Milão", postou Noel no site.


O Oasis surgiu na cidade de Manchester na Inglaterra e logo no seu primeiro álbum Definitely Maybe de 1994 a banda tornou-se um fenômeno da música. O chamado Britpop foi consolidado e tomou notoriedade mundial com o segundo álbum da banda (What's the Story) Morning Glory?, de 1995. Com influência dos Beatles, músicas pegajosas e melodiosas, este álbum fez a banda atingir o sucesso mundial. A banda ainda lançou mais 5 discos, o último em 2008.


Porém, esses anos de sucesso vieram acompanhados de muitas brigas dos irmãos Gallagher, Liam, o vocalista, e Noel, guitarrista. Noel queria a liderança criativa e total da banda, e Liam não engolia isso muito bem.


O vocalista Liam afirma que, se depender dele, a banda vai continuar sem Noel: "Se ninguém quiser tocar mais, problema deles, será assim. Não vou forçar ninguém a nada. Eu certamente estarei com o Oasis. Se quiserem fazer carreira solo, ser um daqueles caras que querem ter seus egos afagados com elogios 'sim, sim, sim você é ótimo', azar o deles".


Foram mais de 10 anos de boas músicas, muito sucesso e brigas em excesso. Azar para os fãs, que perderam uma das maiores bandas dos anos 90 por uma richa entre irmãos.



aqui está o clipe da música Little By Little, que tem Noel nos vocais.

Ozzy Osbourne recebe homenagem


Uma das lendas do rock, Ozzy Osbourne recebeu uma homenagem em Hollywood na quinta-feira dia (10). A segunda edição do festival Sunset Strip Music contou com diversos artistas e celebridades que homenagearam o cantor.


Aos vários anos dedicados à música e ao Rock, músicos e artistas celebraram a carreira de Ozzy. Entre eles estavam o guitarrista Slash, o vocalista do Slipknot, Corey Taylor, o músico Henry Rollins e o ator Billy Bob Thornton.


Ozzy no momento está em fase de mudança na sua banda. Recentemente o cantor substituiu o guitarrista Zakk Wylde por Gus G, da banda Firewind.


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Gus G, guitarrista que substituirá Zakk Wylde na banda de Ozzy Osbourne, dá sua primeira entrevista

Guitarrista da banda Firewind, Gus G. deu entrevista a versão grega da revista Metal Hammer, falando sobre o seu novo lugar nos palcos ao lado de Ozzy Osbourne.

"É uma honra estar no lugar de Zakk Wylde", disse o admirado Gus na entrevista. Ele destaca a importância do ex-guitarrista para a música e mostra sua devoção ao mesmo. Para mais detalhes da entrevista, clique aqui http://whiplash.net/materias/news_871/095314-ozzyosbourne.html

Gus foi o escolhido por Ozzy para substituir o lendário guitarrista Zakk Wylde, que estava junto de Ozzy há mais de 20 anos. Em seu último album, Ozzy queixou-se que suas músicas estavam muito parecidas com o som do Black Label Society, banda solo de Zakk.

O embróglio durou um tempo, com acusações de Zakk de ter sido sacado da banda sem nenhum aviso de Ozzy. Para os fãs mais antigos, é uma pena ver 2 dos maiores nomes do Rock separando-se desse jeito.

aqui está um vídeo da banda Firewind, do novo guitarrista de Ozzy Osbourne, Gus G.



O que vocês acham? Será que o príncipe das trevas acertou ao trocar de guitarrista?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Músicas que fazem pensar...


Qual o sentido da música?
Para muitos é apenas uma forma para descontrair e apreciar uma boa melodia, para outros a música tem seu papel político que desperta os problemas cotidianos e sociais que estão presente na atualidade.É na vertente de músicas punk, e todas suas variantes e na sua maioria, que isso ocorre.
A Banda Sin Dios é um exemplo na luta social por meio da música, original da Espanha a banda foi consolidada em meados de 1988 e carrega consigo a bandeira da luta libertária e ação social, suas melodias são agressivas e rápidas e as letras ricas em conteúdo, relatam dentre outras coisas, a questão da guerra civil espanhola, a agressão do imperialismo no mundo e na luta contra o fascismo, tudo na ótica, e não podia deixar de ser, do anarquismo libertário.
Para quem gosta desse estilo de música ou se interessa no tema abordado pela banda, não pode deixar de conferir o que Sin Dios tem para dizer, é um prato cheio para quem gosta de música rápida e com letras que forçam a reflexão daqueles que a escutam.
O grande diferencial dessa banda não está apenas na parte musical, nos seus CDs a banda disponibiliza um pequeno livreto recheado de informações sobre ideologia e conhecimentos históricos, além de ter uma arte extremamente bem elaborada. Comprar um cd dessa banda sem dúvida nenhuma é uma grande experiência, e falo isso sem exageros, para aqueles que gostam de aprender e principalmente para quem quer ver o outro lado da moeda.
O ponto negativo disso tudo é que a banda, por problemas pessoais, veio por acabar, mas mesmo assim os integrantes ainda continuam atuantes nos movimentos anarquistas.
Para quem se interessou pelo trabalho dessa banda disponibilizo aqui o site, que atualmente não está mais sendo atualizado, porém continua contendo muitas informações que podem fazer o leitor desse blog se aprofundar no assunto para tentar compreender um pouco mais sobre essas questões.
http://www.sindios.info/

Interpretação Musical - Sinal Fechado, Paulinho da Viola



Viu o vídeo ?
Gostou da música ?
Paulinho da Viola escreveu essa canção na década de 60, mas letra e melodia continuam tão atuais quanto na época. Apesar de ser um sambista tradicional, essa música é completamente experimental. Naquele tempo, se interpretava a letra como a dificuldade das pessoas se expressarem no período do AI-5. Hoje, esse clássico da MPB nos fala sobre o encontro de duas pessoas que já foram íntimas, mas não se veem a muito tempo e que por acaso se encontram em um sinal fechado.

Para entendê-la, entre na músca, coloque-se nela. Você está no trânsito e o farol fecha. Olha para o lado e vê aquele amigo de colégio que conversava bastante só que, por qualquer motivo, acabou sumindo da sua vida.
Quando o vê, a primeira coisa que lhe veem a mente é,
“Será que eu falo com ele ?
Será que ele vai se lembrar de mim ?”
Essa convivência forçada com um (des)conhecido que Paulinho da Viola vai mostrar.

Primeiramente, não é uma música fácil de ouvir. Não tem uma melodia agradável e causa desconforto, só que é exatamente o que o autor procura passar, pois é isso que acontece quando você se encontra em uma situação como essa. O que vai marcar a música é a tensão. O jeito que a letra é escrita, reforça a música.

Olá, como vai ?
Eu vou indo e você, tudo bem ?
Tudo bem eu vou indo correndo
Pegar meu lugar no futuro, e você ?
Tudo bem, eu vou indo em busca
De um sono tranquilo, quem sabe ...
Quanto tempo... pois é...
Quanto tempo...

É no final das duas primeiras estrofes que esta a grande sacada da música.
Você está falando com aquele (des)conhecido e percebe que o assunto já esta acabando e não se passou nem 1 minuto ! Então você diz: Quanto tempo... como se fosse uma desculpa por não ter mais o que falar.
Nesse hora acontece aquele silêncio que dura segundos, mas na sua cabeça parecem horas. Um silêncio, que só será cortado quando alguém puxar um novo assunto, que vai durar tanto quanto esse.

O que Paulinho faz é colocar o silêncio na música. Sempre que ele fala “Quanto tempo...” a música para, como se a conversa tivesse mesmo acabado, e depois volta com a tensão que a caracteriza.
Então volta a conversa:

Me perdoe a pressa
É a alma dos nossos negócios
Oh! Não tem de quê
Eu também só ando a cem
Quando é que você telefona ?
Precisamos nos ver por aí
Pra semana, prometo talvez nos vejamos
Quem sabe ?
Quanto tempo... pois é... (pois é... quanto tempo...)

Agora, ambos tentam arranjar desculpas por não se encontrarem e compeendem um ao outro.
Na música, note que quando é dita a frase “Oh não tem de que”. Nessa hora, ela ganha um tom cordial, ele utiliza um Sol maior para dar uma quebrada no andamento, tirando um pouco da tensão e reforçando a ideia de compreensão que já foi passada pela letra.
Um deles fala para se encontrarem qualquer dia desses. Quando é dita essa frase, a tensão da música volta com uma levada menos tensa do que normalmente é, mostrando que os dois pretendem se encontrar, mas o “Quanto tempo” volta a aparecer, e a tensão volta, o que da a entender que esse encontro não vai acontecer.

A última estrofe diz

Tanta coisa que eu tinha a dizer
Mas eu sumi na poeira das ruas
Eu também tenho algo a dizer
Mas me foge a lembrança
Por favor, telefone, eu preciso
Beber alguma coisa, rapidamente
Pra semana
O sinal ...
Eu espero você
Vai abrir...
Por favor, não esqueça,
Adeus...

Para finalizar, um deles tenta a reaproximação verdadeira dizendo que precisa beber, e pede que lhe telefone, mas ele é rapidamente cortado pois o farol esta abrindo e esta na hora de acabar essa conversa. Ambos prometem não esquecer, mas os dois dizem adeus, que pode significar, que nunca mais se econtrarão.
Veja que quando a música esta chegando perto do final, a levada dela parece ficar mais rápida, mais acelerada, que reforça a vontade deles de ir logo embora e acabar com esse desconforto que passaram.

Conseguiu entender ?
Paulinho da Viola fez essa música talvez pensando na falta de liberdade de expressão, mas uma vez que ela é divulgada, cada um pode ter a sua interpretação. Nessa música, ele tirou um pouco da caracteristica de samba que marca toda a sua carreira para dar um tom mais clássico.
Com ela, Paulinho venceu o V Festival de Música Popular Brasileira da canção em 69.

Interpretação Musical - Introdução

Para se fazer a interpretação de uma música, a primeira coisa que temos que entender é que melodia e letra, em palavras bem simples tem um elo. E quando o elo é forte e uma precisa da outra para fazer sentido temos uma Canção.
Segundo Luiz Tatit uma letra pode parecer horrível sem uma música que a costure, por exemplo W/Brasil do Jorge Bem e uma música pode parecer péssima sem uma boa letra que a ajude, ouça qualquer coisa do Legião Urbana, a música é simples, mas a letra faz com que ela fique grandiosa.
Grandes artistas conseguem ir além nesse elo. Fazem com que a música não sobreviva sem a letra e vice-versa, reforçando idéias da letra com a música.